Antidrepressivos na gestação: efeitos sobre a reprodução
Muito se questiona sobre se o uso de métodos alternativos aos ensaios em animais pode oferecer segurança ao consumidor. Quando se trata de cosméticos, não há duvidas de que os métodos de que dispomos hoje ofereçam até mais segurança que os arcaicos métodos em animais. Mas, e quanto aos medicamentos?
Pois com os desenvolvimentos já feitos, eu diria que o mesmo pode ser inferido. As dúvidas reais e legítimas sobre segurança dificilmente podem ser respondidas com ensaios em animais, mas as novas abordagens considerando os eventos-chave (Key events), a rota do evento adverso (Adverse Outcome Pathway) e o desenvolvimento de culturas tridimensionais e miniórgãos com células humanas in vitro são os melhores aliados para sanar as dúvidas.
Um excelente exemplo está no desenvolvimento de minicérebros in vitro para o estudo de efeitos sobre o neurodesenvolvimento, permitindo que se estude e conheça de uma forma bastante precisa quais eventos moleculares estão envolvidos na manifestação de diferentes patologias.
Um estudo recentemente publicado pela equipe do Center for Alternatives to Animal Testing (CAAT), Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, por exemplo, mostra que o uso de antidepressivos que atuem sobre o sistema de recaptação de serotonina, frequentemente prescritos para gestantes com depressão, podem induzir alteração no desenvolvimento de seus filhos.
FONTE: Zhong X, Harris G, Smirnova L, Zufferey V, Sá RCS, Baldino Russo F, Baleeiro Beltrao Braga PC, Chesnut M, Zurich MG, Hogberg HT, Hartung T and Pamies D (2020) Antidepressant Paroxetine Exerts Developmental Neurotoxicity in an iPSC-Derived 3D Human Brain Model. Front. Cell. Neurosci. 14:25. doi: 10.3389/fncel.2020.00025
IMAGEM: A*STAR’s Genome Institute of Singapore
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